sexta-feira, novembro 23, 2007

Hoje sou Fénix renascida,
vivo cada dia
na esperança de um
Amor Divino.

A Chama que embarca meu Ser,
Aquela que aquece o meu rumo
e alumia meus passos...

Esta direccionada
no Caminho da Eternidade.

Hoje, escuridão profunda
dissiparás perante
a claridade de minh´Alma!


Francisco Canelas de Melo

Melodia divina
que me fazes
sonhar com eternidade
que embarca minha Alma
e dirige meus passos
no longo caminhar
que é a Vida
após Vida...

Profunda Melodia
que amarra meu Ser
as asas
d´um Anjo.

Melodia que me fazes voar,
ascender
a Eternidade Divina!


Francisco Canelas de Melo

terça-feira, setembro 18, 2007

Paradoxal Matemática

Talvez que um mais um são somente um
pois a união de dois Seres, resulta somente num.

O Amor é assim a maior fórmula matemática,
totalmente paradoxal,
pois a adição de dois Seres, resulta apenas num...

quinta-feira, setembro 06, 2007

Ai a morte,
a dor
e a nostalgia,

O respirar da vida
num suspiro de morte

Quem és tu?
- A vida!

Quem sou eu?
- A morte que tira a vida.

Homens caídos,
que se tombem
nesse embrião do mundo.

Ergue-te,
profundo,
da infinita guarida
de minh´alma.

Ergue-te punho
e abraça a
Lux Divina
de minha
Espada!


Francisco Canelas de Melo

quarta-feira, setembro 05, 2007




«(...) A Cavalaria deve ser, em primeiro lugar, uma testemunha. Os grandes valores, a realidade, as grandes qualidades da cavalaria estão lá e presentes, mas por outro lado, não chega estarem presentes. É preciso agir, não apenas como exemplo, mas intervir quando é preciso. E isto é extremamente importante.

A Cavalaria, os seus objectivos, não mudam nunca. Revestem-se de novos termos, mas mantêm-se os mesmos. E a grande via, a grande, grande via da Cavalaria, a que contém todas as outras possibilidades, todas as outras regras, foi exprimida uma única vez através de termos muito claros: "Amai-vos uns aos outros". Porque, todas as dificuldades com que nos deparamos são devidas ao facto das pessoas não se amarem umas às outras.

(...)

Os ideais não são relativos a um determinado tempo. São permanentes, eternos, embora compreendidos de forma diferente, captados de forma diferente. Mas, na realidade, são sempre os mesmos ideais, os mesmos grandes princípios. E a partir do momento em que estes grandes princípios sejam aplicados, a Terra tornar-se-á um lugar paradisíaco, um paraíso. (...)»


Pequeno excerto de uma entrevista da revista Lusophia a Raymond Bernard

www.tradition-mystique.net

terça-feira, setembro 04, 2007


"Quem viveu a certeza lembra-se dela para sempre,
e esta certeza é transmitida a todos aqueles com
os quais o acordo interior é estabelecido."

O "Velho" da Montanha


"pocas veces se interpone
el destino en el camino
de un sabio"

sábado, julho 28, 2007

Que mais a Vida
que o Sonho?

Viver sonhando...
Sonhar vivendo...


Francisco Canelas de Melo
I.

Azul do mar,
Azul do céu,
nocturno,
vente oceânico
de tantos temores,
em ti se encerram
mistérios,
e fados antigos,
de dor,
de amor,

Denso oceano
navegador
onde aportarás
a dor?

Génio marinheiro,
velejador,
em bolinas de sonho,
navegando pelo Mundo
Aquém e Além Dor



II.

Salvé tridente,
mestre marinho,

Senhor dos Mares,
eterno pregador

destes peregrinos
sem dor,

somos navegadores
do destino.



III.

Aporto no cais da Saudade,
e vivo,

Parto,
sinto saudade da saudade
e vivo,

Infeliz por viver
sem Saudade,
com saudade
da Saudade.

Marinheiro de oceanos,
de mares celestiais,
depositário do sonho
de sonhar

És pastor e pescador,
guias teus passos
lançando tuas redes
ao mar,
aos
Mares
de sonhos
de viver
eternamente
Sonhando.


Francisco Canelas de Melo
Oração
sem horas,
em submersas
(H)oras,
entranhas
cuspidas
d´amargura
sujeita
em negro
respirar,

células-mortas,
despidas de vida,
putrefacta,
de tanto viver

profundidade tremenda,
dor sem dor,
dor sem fim,
sem alcance
dum açor

ar rebelde,
carne renascida,
em sopro divino

Luz tranquila
em profunda
noite,
luar disperso
em tamanha
tranquilidade

Vós, carne putrefacta,
Vós, imortal Alma
que clonas em meu Ser,
em meu Viver,
Re-surge
profunda,
intensa,
como vida
após viver.

Francisco Canelas de Melo

quinta-feira, julho 26, 2007

Santiago



Santiago, o Apóstolo


Tiago, filho de Zebedeu e Salomé, e o seu irmão, João Evangelista, pescadores do mar da Galileia, foram chamados por Jesus Cristo (Mateus, 4:21). Estes apóstolos, juntamente com Pedro, gozavam de uma especial confiança e relação com Jesus, destacando-se do resto do grupo, testemunhando os momentos importantes (Marcos, 9:2-8). Após a morte de Jesus, Santiago é parte integrante da formação da Igreja Primitiva vindo a pregar não só na Palestina, mas também na Hispânia. Passou seis anos a pregar em Portugal e Espanha. No ano de 44 D.C., 12 anos após a ressurreição de Cristo, regressa à Palestina acompanhado dos seus discípulos Teodoro e Atanásio. Diz a tradição que foram celebrar a Páscoa em Jerusalém. Nesse retorno, Tiago Maior é preso e decapitado por ordem de Herodes Agripa I (Actos 12:1-2). Santiago torna-se, assim, o primeiro apóstolo mártir. Conta-se que, durante o caminho até a sua execução, realiza dois milagres: a conversão e baptismo do guarda que o acompanhava, um fariseu chamado Josías, e a cura de um paralítico.

Diz a lenda que o seu corpo foi atirado às feras. Porém os seus discípulos, Teodoro e Atanásio, transladam o corpo para o local onde ele havia pregado, numa viagem de sete dias, numa barca sem leme nem velas. Esta barca, guiada por um anjo, passa pela costa portuguesa e aporta na ria de Arosa, em Iria Flávia, actualmente conhecida como Padrón. Depois, segue-se a viagem até Liberum Donum, local onde seria sepultado o apóstolo. O transporte fez-se numa carroça puxada por uma junta de bois, que, pela tradição, se dizem bravos. Os animais param três vezes ao longo do percurso. Estranhamente, estas paragens acontecem todas a poucos metros umas das outras. Os discípulos interpretaram que a cada uma delas corresponde uma incumbência especial. Assim, no primeiro local, edificam uma capela; no segundo, uma fonte; e finalmente o terceiro, será o local onde é depositado o corpo e as relíquias de Santiago.

Pensa-se que as peregrinações ao túmulo começaram quase imediatamente, bem como as perseguições ordenadas pelo Imperador Vespesiano, acabando por proibir o culto Jacobeu, o que provoca um esquecimento letárgico.

No ano de 814, Pelaio, um eremita num bosque de Carvalhos próximo de San Félix de Solovio, ao seguir uma revelação que tivera durante o sono, no qual anjos adoravam uma arca, descobriu um túmulo que continha algumas relíquias. Pelaio corre a contar a sua revelação ao Bispo de Iria Flávia, Teodomiro. O bispo dirigiu-se ao bosque sagrado do ermitão, e tentou atingir o estado semelhante ao do eremita, jejuando três dias. Teodomiro, penetrou no bosque e identificou uma capela que continha três campas. Esta foi de imediato associada ao culto Jacobeu, e Teodomiro quis acreditar que se tratava do sepulcro de Santiago e dos seus dois discípulos. Afonso II das Astúrias, foi o primeiro peregrino deste novo ciclo do culto a Santiago.

Sobre este local foi erguida a Catedral de Santiago de Compostela.

De acordo com as tradições associadas à história da reconquista cristã, Santiago teria aparecido, pela primeira vez, miraculosamente, na Batalha de Clavijo, em 844. Montado num cavalo branco, ergue um estandarte da mesma cor com uma cruz vermelha estampada. Percorre o campo de batalha decepando os mouros com a espada que lhe dará nome. Desde então, a designação Matamoros torna-se popular. Comummente existem também referências ao nome.

Entretanto, dá-se a investida muçulmana de Al-Mansour. Este entrou na catedral destruída e deu de beber ao seu cavalo na pia baptismal.

Sancho III de Navarra, no século XI, determina um percurso de peregrinação que se irá manter até aos nossos dias. No final do mesmo século, o rei de Leão, Afonso VI, cria um sistema de assistência aos peregrinos com instalação de abrigos, e incentiva a fundação de ordens militares destinadas a protecção dos peregrinos.

Santiago torna-se numa das três peregrinações da Cristandade, juntamente com Roma e Jerusalém.


As três Faces


Curiosamente, Santiago é representado, iconograficamente, de três maneiras: como Apóstolo, como Peregrino e como Cavaleiro ou Matamoiros.

A primeira não é mais do que a comum representação de todos os apóstolos, como um dos pilares da Igreja. A segunda trata-se da imagem de Santiago, representado com o bordão que sustenta e apoia o peregrino na caminhada, a cabaça – fonte de água e sabedoria – juntamente com a vieira, representação simbólica do apóstolo. Finalmente, na terceira representação, Tiago Maior, é representado montado num cavalo branco, envergando uma veste branca, cor do seu estandarte. Neste, destaca-se a espada em forma de cruz. A sua mão alteia, ainda, uma espada erguida contra os infiéis.


O Culto


A Igreja Romana celebra o dia de Santiago a 25 de Julho, enquanto que, por sua vez, a Igreja Ortodoxa celebra a 30 de Abril e a Igreja Copta a 12 de Abril.

Não deixa de ser um facto curioso, a fundação da nacionalidade lusa estar associada à batalha de Ourique, que decorreu no dia 25 de Julho de 1139. Facto ainda mais interessante é a lenda que lhe é associada. Afonso Henriques foi visitado por um velho homem que o rei já tinha visto em sonhos e que lhe fez uma revelação profética de vitória. Contou-lhe ainda que «sem dúvida Ele pôs sobre vós e sobre a vossa geração os olhos da Sua Misericórdia, até à décima sexta descendência, na qual se diminuirá a sucessão. Mas nela, assim diminuída, Ele tornará a pôr os olhos e verá». O rei deveria ainda, na noite seguinte, sair do acampamento, sozinho, logo que ouvisse a sineta da ermida onde o velho vivia, o que aconteceu. O rei foi surpreendido por um raio de luz que, progressivamente, iluminou tudo em seu redor, e pôde distinguir, aos poucos, o Sinal da Cruz e Jesus Cristo crucificado. O rei, emocionado, ajoelhou-se e ouviu a voz do Senhor que lhe prometeu a vitória naquela e noutras batalhas; por intermédio do rei e dos seus descendentes, Deus fundaria o Seu império, através do qual o Seu Nome seria levado às nações mais estranhas, e que teria para o povo português grandes desígnios e tarefas.

D. Afonso Henriques voltou confiante para o acampamento. No dia seguinte, perante a coragem dos portugueses, os mouros fugiram, sendo perseguidos e completamente dizimados.



Francisco Canelas de Melo


terça-feira, junho 19, 2007

É esta vida profunda
que habita em ti,
pobre pessoa,
então nobre Alma.

Em clarear dia,
de emersa noite dormida,
em eira de terra
chovida,
de lágrimas salgadas,
revela-te Alma
tão adormecida.

Francisco Canelas de Melo
Sonho contigo,
Santo Bosque
de silêncio
profundo,
escutando de ti
o mais sensível
respirar
de uma vida em ti.

As memórias
não as perdi,
envoltas em sombra,
em vida submersa,

Tão próximas,
tão vivas,

Esperando por mim,
vivendo em mim,
na esperança divina
de ressuscitar em mim.

Francisco Canelas de Melo
Uma flor
cuja fauna encerra
em plena Saudade
eterna
destes campos
de verde sonho,
desta vil esperança,
Tão tortuosa,
tão profunda
e infinita....

Francisco Canelas de Melo

sábado, junho 09, 2007

AO REI DOS POETAS PORTUGUESES

HOMENAGEM

És Rei - a coroa fúlgida

Conquistaste-a na peleja

Da matéria com o espírito:

Venceu este – Quem deseja

Que domine a sombra a Luz?

Bem hajas, que em teus esforços

De dar vista aos cegos d'alma,

Tens levado a crença aos peitos,

Revelado o que é a cruz. …

Pois não tem o lenho erguido

Sobre a eminência do Golgotha

N'um epitaphio uma lei? . . .

Quem a cumpre? – Esse preceito

Que condemna o obscurantismo,

Segue-o acaso alguma grei?

E se alguma o segue, entende-o? . . .

Não entende, não, a fundo;

Que inda a sombra cobre a terra,

Que inda é pouca a luz no mundo.

És rei, és rei cujo nome

Se antevê na eternidade;

Astro na noite dos tempos

Através da longa idade.

No lavor, lavor sagrado,

Aos irmãos dando thesouros,

Fabricaste o próprio sceptro,

Ès rei nos carmes, no plectro,

Que alteias, que divinizas!

Vate egrégio, homem portento;

És monarcha na poesia,

És um deus no pensamento.



António Feliciano de Castilho

quinta-feira, maio 10, 2007

Amo a vida e o desdém...
A eterna ignorância
que me leva a viver,
a amar o mais pérfido ser,
sem o Ser...

Viver a desventura
da noite,
dheburas municipis...

Quase morto
este dia,
em que noite recebo,
às portas do dia...

Francisco Canelas de Melo

domingo, maio 06, 2007


Em trono de
Vahalla,
Odin,
Munnin e Huginn,
assentes em seus ombros,
murmurram anseios d´homens,
de eternos lutadores,
esses guerreiros d´Asgard...

Cai valoroso,
pela Espada de Burheinn,
Espadas avermelhadas,
Valquírias carregadoras
de heróis ressuscitados...

Soam sopros de homens
entoados em clamor
deste eterno Lutador!

Gritam Cornos
à partida da Dor!

Homem Renascido
que enfrentas o Temor
destes Heróis Perdidos
Adormecidos pela Dor!

Francisco Canelas de Melo

Na sala dum Trovador,
cantou seu alaúde,
melodias antiquas de dor

Cantigas d´um Amigo,
Bardo embuçado
P´lo mover da vida...

Eras encobertas pelas
Brumas
de um dia...


Francisco Canelas de Melo
in Palácio do Bussaco

segunda-feira, março 05, 2007

"O Português traz no sangue todos os defeitos da Raça. Á sua ansia de ambição e glória deve a sua audácia; á sua volubilidade e egoismo- a sua nevrose de aventureiro. Os seus defeitos, são afinal a razão de ser de toda a sua Epopeia!"

in "Mercador de Ilusões" de Francisco Leão 1934
O caminho
A vida,
parceiros
de ser...

De ver
o profundo
Existir

Hoje vivo a vida
morte

Destino a percorrer...
Sorte certa
Em cada qual
de nós,

Homem ou Ser?
Eis a eterna dúvida...

Francisco Canelas de Melo

domingo, fevereiro 25, 2007


Quando escrevo
liberto-me
da amarra da vida,
desencarno
e fujo da vida...

Fujo de Mim para ver o Mundo
Fujo de Ti, Amor Profundo
Fujo de Ti, Liberdade perdida
Caminho para ti, incessantemente,
Habitante, para lá do Umbral,

Venço-te matéria,
Quebro as amarras da vida,
Vagueio de Noite
Julgando-me Perdido,
Descobrindo Vida desprendida,
Vida Livre,
Solta do mundo.

Francisco Canelas de Melo

Dão Saltos
Entre Mundos

Visiveis,
Ocultos,

Vagueiam
à sombra,

Perdidos
aos olhos
profundos,

Em verdes passagens,
Estradas pedradas,
Em Caminhos escondidos...

Seres que vivem...
Seres que morrem...

Seres?!
Que somos Nós?...

Francisco Canelas de Melo

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Caminhar...


O Caminho no caminhar...
...a Lux que ofusca
a plena sabedoria
d´outro local,
mágico,
como o doce luar
matinal...

Sombras claras,
em suave nevoeiro,
quase transparente,

Véu caído,
no seio calmo
dum verdejante lugar,
perdido,

Onde,
Vós,
habitais...

...Seres Perdidos...

Francisco Canelas de Melo

quarta-feira, janeiro 10, 2007