terça-feira, julho 29, 2008

Correm Valquírias
correm p´lo mundo
buscando heróis,
eternos caídos,
estes varredores do mundo
homens, simples homens
guardados pelo Deus,
por Agartha,
neste panteão de hidromel,
mulheres, contos e batalhas,
onde corre
o vinho místico de mel,
o fel diurno
e nocturno céu.


Francisco Canelas de Melo

domingo, julho 27, 2008

Nos Jardins D´Oriente
onde renasce
a cada dia
o suave aroma
do desejo,
o pobre marabu sonha...

Sonha com o Mundo,
com o volátil Éter da Vida,
o visível e intocável
o Sopro Divino.

Nas Strelas vê
quase futuro,
passado e presente,
este intemporal tempo
em que o Sonho do Mundo
se reflecte
nos esmaltado espelho
negro como o Céu
onde a cintilante Lux
descreve tudo.


Francisco Canelas de Melo

domingo, julho 06, 2008

Os Conjurados

Amanhã vai renascer o vosso verbo,
esta força de sonhar, de ser, de amar,
de um povo heróico, viril, mas não soberbo,
esta sede tão grande de cantar.

O passado e o futuro num instante,
que hoje seja, de novo, a nossa voz
que levou nas caravelas de um infante
a semente desta fé que vive em nós.

Contra o jugo do espanhol a nossa raça
que Deus quis, a Pátria é, o Rei comanda.
Esta recusa de beber pela mesma taça,
esta jangada de que somos a varanda.

E amanhã, uma vez mais, ao sol primeiro
brilhará de novo o porto Ocidental.
Portugueses, povo nobre e marinheiro:
Amanhã também se chama Portugal!


Fernando Tavares Rodrigues
in Talvez Amanhã
"...Ser poeta não é
uma ambição minha.
É a minha maneira
de estar sozinho..."

Fernando Pessoa

sábado, julho 05, 2008

Agradeço a Deus
a virtude
de me ter feito
imperfeito

sob ela talharei
meu caminho

gravarei meu sonho

e esculpirei
meus enganos

sou vivo e imperfeito
morto e quase perfeito!



Francisco Canelas de Melo
Ao Clube de Fumadores de Sheesha





Nas areias desertas
do sonho,
no céu estrelado
infinito mar,
fumo o universo,
fumo o mundo

Este cachimbo amigo
é meu confidente,
ouve o sonho
ouve o mundo

nós, pobres sonhadores,
sonhamos juntos
a vontade de viver,
morrer e renascer

ao som da água,
do borbulhar
profundo
screvo ao ópio,
ao sonho do mundo

fumo a neblina
o haxixe da vida,

sonho e acordo,
sem ópio ou absinto,

o céu strelado
no mar tranquilo
aguarda...
...o nascer d´um
novo dia.


Francisco Canelas de Melo

terça-feira, julho 01, 2008

Andar,

Cair,

Levantar,

Três verbos
que fazem a vida,

A vida caminha-se,
tropeça-se
e renasce-se...

A cada queda
a morte ergue o vivo,
a vida deita o morto.

A vida aprisiona
o homem
à gravidade do Mundo

O homem é pássaro
sem asas,
peixe sem barbatanas,

é o morto-Ser boiando,
ao som da corrente do fado
destinado,

cumpre-se a vida
a viver!


Francisco Canelas de Melo
Oh Nau Catrineta
veleja meu sonho,
aporta em meu peito,
desembarca em meu coração
o Sonho
de ver nascer Portugal.

Francisco Canelas de Melo
Guitarra,
Braço d´Homem

Guitarra,
Voz d´Alma

Guitarra,
Teu Amor é maior

Guitarra,
Canta dolente em mim

Canta
a dor, a morte
a nostalgia

Canta
passado inglório
deste longo caminho

Canta
via d´Amor

Canta
do alto
do Penedo do Sonho
onde o Homem ama,
chora e ri

Canta
Coimbrão
Canta,
chora,
ama
e ri

Canta
Amor,
a tua eterna sepultura,
a vontade de morrer
e renascer

Canta
o silêncio,
a voz d´oiro,
a paz e a ressurreição
do morto
que renasce...



Francisco Canelas de Melo



A strada da vida,
sinuosa
e esguia,
longa e ambígua

É o caminho
a percorrer.


Francisco Canelas de Melo