sexta-feira, fevereiro 13, 2009




Lá quando em mim perder a humanidade
Mais um daqueles, que não fazem falta,
Verbi-gratia – o teólogo, o peralta,
Algum duque, ou marquês, ou conde, ou frade:

Não quero funeral comunidade,
que engrole sub-venites em voz alta;
Pingados gatarrões, gente de malta,
Eu também vos dispenso a caridade:

Mas quando ferrugenta enxada idosa
Sepulcro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitáfio mão piedosa:

"Aqui dorme Bocage, o putanheiro:
Passou a vida folgada, e milagrosa:
Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro."

Manuel Maria Barbosa du Bocage

2 comentários:

Anónimo disse...

Retrato acabado do marialvismo Lusitano, síntese do conservadorismo hipócrita, da duplicidade, da arrogância elitista e do laxismo que destruiram Portugal.

Francisco Canelas de Melo disse...

Como me orgulho de Ser Marialva, Lusitano, conservador, saudosista, elitista e Português! É uma honra e orgulho não me esconder atrás do anonimato!