BULBUL. Nome persa do rouxinol, e que na Índia é dado ao Lanius boulboul Lath., de que há variedades, de canto muito doce.
O Bulbul e o môruôni são a melodia das espessuras, dos palmares e arecais de Goa.
Alberto Osório de Castro in O Sinal da Sombra, 1923
É assim que se inicia esta excelente obra poética do Amigo João Carlos Raposo Nunes.
Amigo na plenitude total da palavra, Irmão no maior sentido da palavra de Irmandade e tudo o que ela abarca e Mestre, que tem a mestria dos Grandes, de ensinar não do Alto, mas junto de nós, partilhando num transmitir-receber...
Discípulo de Agostinho da Silva, foi nomeado pelo filósofo cidadão do mundo, Alferes da Pátria e Alferes do V Império.
Assim em jeito de singela homenagem transcrevo o prelúdio do Mestre Agostinho à obra citada:
IMPÉRIO SÃO FILIPE DO ESPÍRITO SANTO
Castelo Real
Setúbal-Portugal
A Arrábida espera. Deixamos por agora de considerar e falar do esporão de Palmela, pois dêle tem ido tomando conta Santiago, seu Senhor e Dono, e, como tem de ser, seu inspirador de futuro. Partiremos das arribas de Setúbal e veremos, como apoio e empurrão de largada, a um tempo o Grupo que Raposo Nunes tem congregado em sua Arca do Setubalense, e, como mais perto e excelente incitamento à empresa, o livro de Poemas sob o título de BULBUL ou seja o Rouxinol de Oriente, em que, num perfeito domínio da linguagem e de tôda a musicalidade exterior do verso, lhe dá equilibrado vertebrar a musicalidade interna de ver todo o passado como projecto futuro, de se tomar saudade como valente desejo a premonição de que virá tempo em que olharemos a Serra como triângulo para além da terra e à terra vinculado de que são extremos Europa, Ásia e África e em que nos ajoelharemos perante o Brasil, criação máxima dos Portugueses e modelo que se mostrará de todo o mundo a vir, de um mundo novo nem avaro nem triste; não esqueceremos o patrono geral, místico dos céus sem que o mundo esqueça, Frei Agostinho da Cruz, com sua cela de monte e sua gineta de companhia, nem esquecerei eu o trabalho de Orlando Ribeiro, o primeiro que, com sua implícita metafísica, pôs mais ordem no que se pensaria caos do que jamais fará o moderno progresso das fractais, em que matemática irá a domínios de que estava esquecida mas que felizmente nunca avançará bastante para que da vida desapareça o que a faz de interesse, isto é, o inesperado da verdadeira e suprema criatividade; não esqueceu ao Autor, sempre na melhor inspiração, olhar em Sebastião da Gama o sentido das viagens que se julgam impossíveis e o sacrifício na batalha que todos têm julgado desastrosa, mas que atravou os Turcos, firmou economia do Brasil e amparou em provações gente do outro lado do Atlântico; à Senhora do Cabo chegaremos e aí estará a recordação do génio analítico de Keil do Amaral ante o genético génio do Povo.
Por agora ficaremos em Setúbal, para que todos possamos discutir e entender neste Império, de que tem de ser Alferes Raposo Nunes, o canto do Bulbul, agora ave mesmo. O faremos pensando no Castelo que homenageou o Rei Filipe e faremos que desta vez perceba êle como é o Entre-Sado-e-Tejo a verdadeira Capital do que pelo mundo tenha tido semeadura ibérica. Não nos faltará a nenhum de nós audácia e reflexão: sabemos que a loucura só vale quando não nos falta o juízo. A tudo vamos, connosco venham.
Agostinho da Silva
Agosto 90
TÚBAL
Guardo o cantar do Bulbul
Como um segredo de séculos.
Da Índia à Arrábida
ausculto o piar da sombra.
A Nau da Saudade vem carregada de Lua.
Aberta a Arca do Ocidente
a luz emanada tem a forma
espectral da Ausência.
Avisto Cam, Sem e Jafé
a Arrábida é um triângulo
Europa, África e Ásia.
Ajoelho frente ao Brasil,
nu
no ponto mais alto da serra
à espera do homem de todo o mundo.
Nu
no prolongamento etéreo até ao regresso do Rei
insensível à vida e à morte,
pronunciando o Mantra: -«a liberdade é o próprio espírito»
8 comentários:
Desculpe-me a correção, mas o próprio Agostinho pediu que não houvesse discípulos.
O próprio Agostinho, no próprio Espirito de proximidade que o caracteriza não quis, não só discípulos, nem que se cria-se o pensamento Agostiniano que está bem presente no pensamento português. Talvez o tenha dito por não acreditar na propriedade, propriedade esta do seu pensamento que não seria dele, nem de ninguem mas de todos. E mesmo em vida do filosofo criaram-se vários ciclos agostinianos. Todos nós somos discípulos do seu pensamento. Mas há discípulos que só o conhecem pelo seu pensamento, escritos, ensaios, poesia e há outros que comungavam uma vida privada com o Mestre, recebendo directamente da sua pessoa, não só por palavras mas tambem por actos, até pelo seu simples e caloroso sorriso os seus ensinamentos.
O livro e o prelúdio são maravilhosos.
Acredito que Setúbal tem um papel singular e importante, como capital, talvez do Mar, talvez do V Império.
O seu Alferes é o Irmão Raposo, eu sou um soldado...
jOÃO cARLOS rAPOSO nUNES, MEU PARTICULAR aMIGO, DEIXO-TE UMA PALAVRA DO oRIENTE pORTUGUÊS aRRÁBIDO fORÇOSAMENTE A FALAR E ELOCUBRAR O pORTUGUÊS DE nOVO iMPÉRIO qUINTO... tREMELUZINDO EM cORAÇÃO-oRAÇÃO - e QUE MORRAM OS QUE HOJE MATAM E RE-MATAM HOJE POR ESCOLAS CÍNICAS O nOSSO sEBASÍÃO dONZEL DO sONHO QUE NOS CARREGA A FIM... A bOM fIM. pUBLIQUE-SE QUE o cOMUM sONHO uRGE!
Caro Ochoa,
Este excerto do magnifico livro "Bul Bul" é uma sentida e merecida homenagem ao Alferes do Quinto Império, João Raposo. Não se trata de um blog da sua autoria, no entanto transmitir-lhe-ei as suas sentidas palavras.
Fiat Lux
Obrigado amigos pelas vossas palavras.
Já não sou Alferes do Império. Demiti-me por respeito ao Amor.
Viva Ala dos Namorados e o Espírito Santo.
João Raposo
O Alferes é aquele que nos ensinou o que é o Amor a Poesia. Por respeito ao Amor, ele jamais deixará que o seu Espírito abandone a Nau da Saudade e o seu comandante, Alferes do V, João Carlos Raposo Nunes!
kylçy bulbul.gato@comeu o passarinho ás cinco da madrugada e um alferes chorou à porta da sua amada. Santa Inês Pedro Santo toureando na arena da Atoguia da Baleia um bravo em pontas sangrando até ao osso
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