Após breve leitura de um pequeno livro de homenagem a Teixeira de Pascoaes pelos escritores da "Tertúlia "Rio de Prata", conheci, (re)vivi longinquamente, sem recordar em consciência, presenciar as sombras do Marão, a mátria-natura do Gêres, panteão de Deus, uma força única vinda do Alto e tão presente no baixo.
Nós ignoramo-lá; pior, marginalizamos a nosso própria essência, renegamos qualquer sinal manifestado, continuando a existir até à putrefacção da carne.
Diz o Espírito de Marânus, que "o homem existe, enquanto devia viver".
Definição precisa; o homem existe enquanto animal, pela sua condição de ser existente, mas logo que se extingue o suspirar, deixa de existir.
Contudo, nunca chegou a viver. Só a Vida tem capacidade de imortalizar o Ser, e não a existência. Já diz Fernando Pessoa:
"(...)
Vive porque a vida dura,
E nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raiz-
Ter por vida a sepultura."
Esta durabilidade da vida, trata-se da mera condição existencial do homem.
Talvez a fórmula de vivermos esteja contida nas sábias e metáforicas palavras de Agostinho da Silva, "não deveremos ter, deveremos ser".
Ser é viver "como", enquanto existir será viver "com" ou "sem". Talvez existir "com" a Natureza nos reserve um pouco de lembrança, de saudade de onde viemos, e nos abandone esta constante "saudade de ter Saudade" (Agostinho da Silva).
sexta-feira, julho 21, 2006
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