sexta-feira, novembro 17, 2006

Esta espada
que arremesso
volteando ao
Alto,
pela Fé,
Esperança,
Caridade...

Pelo Nome
do Senhor,
Venerável Criador
Do céu e da terra...

Pelo Guardião
que me protege
com sua Ala.

Por Vós,
Santa Esperança
da Razão que
me guarda e acompanha...

Ergo-te...

EXCALIBUR



Francisco Canelas de Melo
Este bafo
de dragão,
neblina intensa
cegando o olhar
profundo
de um Ser.

Brumas densas,
na vida do Cavaleiro,
solitário destino,
busca árdua,
que Tu,
só Tu,
Puro Perceval
conseguiste...

Castelo irreal
perdido em névoa.

Guardião do
Graal...

"Ei-lo!"...
...Sangreal...

Francisco Canelas de Melo

À Roger de Lunel

Leio, vivo, recordo
a visão dum passado,
de dor,
sangue,
morte...

Diário d´Escrivel
de Lunel,
Cavaleiro de Consciência,
Cruzado,
Guerreiro de Christo.

Vives,
imortal
no peito,
na Cruz
rubra de sangue,
sangue real...

Relatas a Vida,
a Morte ressucitada
deste pobre
rebanho
tresmalhado
d´Adhémar...

Lutas quase
morto
em busca d´algo...

Redenção,
a Vida que morre
em Morte que nasce...

Francisco Canelas de Melo
Quadro negro
de imensa escuridão,
Trevas profundas
que penetram
minh´Alma...

Visão misteriosa
do Passado
do Futuro
incerto para uns...
traçado para outros...

Fado marcado
pela centelha
de Deus.


Francisco Canelas de Melo

terça-feira, novembro 07, 2006

Carta de Fernando Pessoa

Ideologia política: Considera que o sistema monárquico seria o mais próprio para uma nação organicamente imperial como é Portugal. Considera, ao mesmo tempo, a Monarquia completamente inviável em Portugal. Por isso, a haver um plebiscito entre regimes, votaria, com pena, pela República. Conservador de estilo inglês, isto é, liberal dentro do conservadorismo, e absolutamente anti-reaccionário.
Posição patriótica: Partidário de um nacionalismo mítico, de onde seja abolida toda infiltração católico-romana, criando-se, se possível for, um sebastianismo novo, que a substitua espiritualmente, se é que no catolicismo português houve alguma vez espiritualidade. Nacionalista que se guia por este lema: "Tudo pela Humanidade; nada contra a Nação".
Posição social: Anticomunista e anti-socialista. O mais deduz-se do que vai dito acima.
Resumo de estas últimas considerações: Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, Grão-mestre dos Templários, e combater, sempre e em toda a parte, os seus três assassinos - a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania.
Fernando Pessoa
30 de Março de 1935
retirado do blog "Sobre o tempo que passa"