quarta-feira, abril 29, 2009

Em tempos sonhei-te,
Admirei-te,
Amei-te,

A vida infortuita
que do sonho se faz Vida,
vida vivida,
vida sofrida,
vida renascida,
que do sonho se faz Vida?

Oh Imortal,
Oh Intemporal
Mestre do Tempo

Velejas em mim,
em mar de lágrimas,
mar solitário,
obscuro,
recatado,
preso ao abismo do meu Sonho

Por que te vais, Ó Encoberto?

Se do sonho renasci,
se do sonho cresci,
se do sonho vivi,

Busco-me,
Procuro-me,
Navego-me,

Sou Marinheiro (s)em Mar
(de lágrimas)

Mar Salgado,
agridoce,
que teimas em navegar.


Francisco Canelas de Melo
A luz ténue
duma vela
cega-me
o olhar,

olho-me,
vejo-me,
observo-me,

ao som d´um espelho,

miro-me,
contemplo-me,
num Mar sem temp(l)o
onde a saudade aporta
no além-mar

no sonho do Argonauta.


Francisco Canelas de Melo
Screvo à luz das velas,
como eu adoro,

É máquina do Tempo,
é arte que esconde a Arte,

como eu adoro,
uma luz ténue
mas profunda
que dança ao som da música,
ao som da voz que clama
(como eu adoro)
que irrompe em meu Ser,

Chama que baila dolente
que harpejas o Amor d´uma Musa.



Francisco Canelas de Melo

A vida é mais curta do que pensas

O viver é curto
na hora da despedida

mas...
é imortal de sentimento

é a voz que ecoa dentro de nós,
é o "Fado" da Gamba

Voz Celestial

arte que esconde a Arte,
que esconde o símbolo,
alfabeto analfabeto,

é imortal de sentimento

é mortal comum
que sorri a cada instante

É o Pobre-Tolo.


Francisco Canelas de Melo

sexta-feira, abril 24, 2009

"Brevíssimo" Historial do Santo Condestável




No próximo domingo, dia 26 de Abril, haverá em Roma a Canonização do próximo Santo Português, irá ser conhecido como S. Nuno de Santa Maria, mas é conhecido desde a sua morte como Santo Condestável. É uma personagem essencial na história de Portugal, na dinastia de Bragança, a sua filha D. Beatriz casou com um filho do Rei de Portugal, Dom João I, e deram origem a Casa de Bragança, de onde descendem os Reis de Portugal e os Imperadores do Brasil. O D. Nuno Álvares Pereira era filho do Prior da Ordem do Hospital em Portugal e neto do Arcebispo de Braga, desde muito cedo viveu sobre os padrões da Cavalaria, professava a Fé, Esperança e Caridade, defendida os princípios Justiça, Prudência, Temperança e Fortaleza com afinco e vontade inquebrável. Foi armado Cavaleiro ainda muito novo, e vivia rodeado das lendas da Tavóla Redonda e da busca do Santo Graal. Foi obrigado pelo pai a casar, pois desejava manter-se Casto, tal como o herói Galahad (ou Galaaz). Quando em 1383 o rei de Castela invadiu Portugal, juntou-se em torno do Mestre da Ordem de São Bento de Aviz que era um dos irmãos do anterior Rei de Portugal, na defesa do Reino. Sempre teve fama de ser Justo, um verdadeiro defensor da Fé. Mais tarde, e após ter garantido a independência de Portugal em 1385, e ter participado na primeira viagem marítima portuguesa na conquista de Ceuta em 1415, dedica-se à construção do Convento do Carmo em Lisboa. Obra que ele prometera construir caso a batalha lhe fosse favorável. Com a morte da mulher e mais tarde da filha, sentindo que a sua missão de defesa do reino estava cumprida e como mais nada lhe apegava ao mundo material, largou tudo e ingressou na Ordem do Carmo, onde viveu em voto de pobreza total (nessa altura era o homem mais poderoso do Reino além do próprio Rei). O Povo sempre o acariciou e venerou já no final da sua vida como Santo. Quando morreu, no dia 1 de Novembro de 1431, não tinha mais que o hábito do seu corpo e pediu para ser sepultado no chão, em campa simples e sem qualquer honraria. No seu túmulo, construído posteriormente encontrava-se o seguinte epitáfio: "Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, fundador da Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo."



Nota: pequeno texto de apresentação do Santo Condestável a um Amigo da Abadia de Grottaferratta, Roma.

quinta-feira, abril 23, 2009

Ao Monsieur de Sainte-Colombe


O arco desliza
suave, melancólico,
dolente,

suave e forte,
mágico e (in)perfeito

as lágrimas
(es)correm,
mágicas
salgadas,
mergulham em nós...

Ouvintes do Passado
em Futuro dispersos,
incerto ao rumo
aprisionado ao som
d´um Fado,
de saudade (I)mortal
(Imtemporal Alma)

Ao som da Gamba
oiço o Uni Verso,
a Pátria Celeste,
o Centro do Todo-Mundo...

Aos Mestres
minha oração,
escrita ou poesia,
música ou paixão

Que imortal nota (intemporal)
vive em mim?


Francisco Canelas de Melo

sexta-feira, abril 17, 2009

Rosa Mística

"Está aqui todo o mistério do amor. Se dois seres, amando-se, forem um só, harmonizando o que neles é contrário, serão como esta árvore e criarão vida e beleza. Darão a Deus uma cadeia mais e, noutras vidas, certamente voltarão a encontrar-se. E um dia estarão eternamente juntos e serão mais do que humanos, mais do que anjos, um dia serão Deus."

"Anjo Branco Anjo Negro" de António Quadros
"Tomem a minha vida como exemplo! Que fiz eu da rosa mística que encontrei e abandonei? Encontráça e perdê-la --, que significou realmente na ordem da eternidade? De grande mal poder-se-á extrair grande bem? é esta, leitor desconhecido, é esta a minha pergunta à esfinge, é esta a pergunta que faço com todo o meu ser, arriscando-o numa única cartada final, num único trunfo. De grande mal poder-se-á extrair grande bem? "


"Anjo Branco Anjo Negro"
de António Quadros

domingo, abril 12, 2009


"O verdadeiro conhecimento baseia-se em tolerância verdadeira.

da tolerância verdadeira vem a compreensão plena, e a verdadeira compreensão dá nascimento à paz que ilumina e purifica."

Nicholas Roerich


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"Conhece-te a ti mesmo"