sexta-feira, setembro 18, 2009

Poeta pecaminoso,
poeta duvidoso,
caridoso
e invejoso
de uma vida não-Poética...

Poeta sonhador,
remador
ou velejador,
plantador e
agricultor
de naus-voadoras

baús de sonho
em que se vive
a prisão d´um Amor-Poema.


Francisco Canelas de Melo



Na Floresta (perdida)
do nosso Ser,
cresce vegetação abrupta,
cresce um desejo
inconstante
de te beber,

Águas cristalinas,
que espelham
a imensidão do nocturno
estrelar

Sede implacável,
incompreendida,
salgada
e doce,
de amarga
adstringência
que me adormece
a dor...


Francisco Canelas de Melo

A Poesia é morta...
O Poeta para além
do Poeta; o Homem
cativo,
aprisionado ao
tudo-Mundo.

Já não me sinto
Poeta,
místico,
ou profeta...

A Poesia é Voz
morta,
palavra apagada
num estado
pós-sonhado.

Angústia de invisível
tinta,
gritando em pena
afiada

Penetrante em papel-abismo
para além-vida,
além-sonho,
além Poeta-invisível!

Francisco Canelas de Melo

segunda-feira, setembro 07, 2009

Diário do Camiño - parte IV "Quero"

Quero escrever, e não me deixam
quero pensar, e não me deixam
quero..., mas o mundo não me deixa

Quero remar
numa barca sem remos,

Quero velejar
num navio sem velas,

Quero caminhar,
descalço,
(sem andar)
sentindo o trepidar
do Mundo.

Diário do Camiño - parte III "Porriño"

Terra das mulheres bonitas
onde olhos sensuais
devoram
o simples caminhar
de um peregrino

Há em tudo
forma,
um exotismo
quase erótico
que alimenta
a urbana mente

Na Floresta,
junto ao regato
caminha em Paz
o que vive
sem errância

No crepúsculo
diurno,
onde se ergue
o tal nocturno luar,
vive peregrino
sem destino
a caminhar...



Diário do Camiño - parte II

O dia ainda claro
esconde-se
e encobre-se
sob o horizonte

O cansaço já
é morto
e deposto
no romper
da Alvorada...



Dia da Lua, 27 de Julho de MMIX

Diário do Camiño - parte I

O Caminho nem sempre é fácil,
o Caminho é árduo,
sinuoso
e profundo

Hoje,
esta noite iniciarei mais uma demanda
em busca da minha verdadeira essência

Amanhã,
trilharei parte de mim,
o caminho é bruto,
e eu, Pobre Tolo,
cansado não estarei
em busca
de Destino,

Estou em Valença do Minho,
tenho o rio à minha fronte,
o Rio do Esquecimento.

Hoje,
caminharei nocturno
pelo rio do esquecimento,
esquecerei
e irei renascer

Não sei o que nascerei de novo,
se serei melhor,
se serei pior,
diferente, de certo, serei

Hoje,
irei sonhar,
(possivelmente acordado)
algo me espera,
algo me aguarda,
talvez uma passagem
por Tuí,
outrora Portuguesa.


Dia do Sol, 26 de Julho MMIX